Na manhã desta segunda-feira, 10 de junho de 2024, o dólar atingiu R$ 5,38, marcando o maior valor durante o período de negociações intradiário desde janeiro de 2023. Às 10h30, a moeda americana registrava uma alta de 1,06%. Simultaneamente, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas de diversos países, subia 0,37%. Este artigo explora os fatores internos e externos que estão impulsionando essa alta, as projeções futuras para o câmbio e o impacto nas viagens internacionais feitas pelos brasileiros.
Fatores Internos e Externos Impactando o Câmbio
Contexto Internacional
No cenário internacional, a principal preocupação é a persistência das altas taxas de juros nos Estados Unidos. A economia americana continua mostrando sinais de aquecimento, o que dificulta a redução da inflação local. Nesse contexto, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, não deve reduzir as taxas de juros tão cedo, mantendo-as no intervalo de 5,25% a 5,50%. As altas taxas de juros nos EUA exercem pressão sobre o câmbio global, elevando o valor do dólar.
Contexto Interno
No cenário interno, as incertezas econômicas também contribuem para a alta do dólar. Os analistas do mercado estão preocupados com a inflação e os gastos públicos do governo brasileiro. A meta fiscal foi alterada pelo governo Lula para 2025 e 2026, aumentando ainda mais as incertezas. Esses fatores, combinados, pressionam o câmbio no Brasil.
Projeções do Relatório Focus
O Relatório Focus desta semana, divulgado pelo Banco Central (BC), capturou a tendência de alta do câmbio. Os analistas consultados pelo BC elevaram as projeções para o dólar nos próximos anos. Para 2024, a cotação permanece em R$ 5,05. Para 2025, a projeção subiu de R$ 5,05 para R$ 5,09. Em 2026, a estimativa é de R$ 5,10 e, em 2027, foi ajustada para R$ 5,11, anteriormente projetada em R$ 5,10.
Projeções de Cotação do Dólar:
- 2024: R$ 5,05
- 2025: R$ 5,09
- 2026: R$ 5,10
- 2027: R$ 5,11
Análise dos Especialistas
Para os especialistas, tanto fatores externos quanto internos estão pressionando o câmbio. No âmbito externo, a falta de perspectiva de uma queda expressiva nas taxas de juros nos EUA é o principal fator. A economia americana aquecida e a inflação persistente sugerem que o Federal Reserve manterá as taxas de juros altas, o que eleva o valor do dólar globalmente.
Internamente, as incertezas sobre a inflação e os gastos públicos são preocupações significativas. As mudanças na meta fiscal para 2025 e 2026, implementadas pelo governo Lula, aumentam as incertezas econômicas, influenciando negativamente a percepção do mercado e pressionando o câmbio.
Impacto nas Viagens Internacionais dos Brasileiros
Com o dólar cotado a R$ 5,38, as viagens internacionais para os brasileiros se tornam significativamente mais caras. Os custos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação e passeios em destinos internacionais são diretamente impactados pela valorização da moeda americana. Consequentemente, viagens que estavam planejadas podem precisar ser adiadas ou canceladas, e novos planos de viagem podem ser reconsiderados.
Diminuição do Poder de Compra
A alta do dólar reduz o poder de compra dos brasileiros no exterior. Produtos e serviços que anteriormente eram acessíveis se tornam mais caros, reduzindo o orçamento disponível para turismo, compras e outras atividades. Essa situação afeta especialmente destinos populares como Estados Unidos e Europa, onde o dólar e o euro são as moedas predominantes.
Ajuste de Planos de Viagem
Muitos brasileiros podem optar por destinos mais próximos ou menos afetados pela variação cambial, como países da América Latina, onde a moeda local pode não ter sido tão impactada pela valorização do dólar. Além disso, alternativas como viagens nacionais podem ganhar mais relevância, já que os custos são pagos em reais e não sofrem diretamente a influência do câmbio.
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