A partir de 8 de janeiro de 2025, os viajantes com destino ao Reino Unido precisarão solicitar a Autorização Eletrônica de Viagem (ETA) antes de embarcar. Esta nova exigência afeta todos os visitantes que pretendem realizar estadias curtas no país, com exceção dos cidadãos europeus, e tem como objetivo modernizar e reforçar o controle das fronteiras britânicas.

O que é a ETA e quem precisa dela?

A ETA é um documento digital vinculado ao passaporte do viajante, semelhante ao ESTA, utilizado pelos Estados Unidos. A partir da data de implementação, cidadãos de países que anteriormente estavam isentos de visto, como o Brasil, precisarão obter a ETA, mesmo que estejam apenas em trânsito pelo Reino Unido.

Já em 2 de abril de 2025, a exigência será estendida a cidadãos de países europeus que realizem viagens curtas.

Como funciona a solicitação da ETA?

O processo de solicitação é rápido e simples:

1. O viajante deve acessar o site do Ministério do Interior do Reino Unido e enviar informações pessoais, biométricas (incluindo uma foto do rosto) e de contato.
2. Após o envio, a decisão é geralmente emitida em até três dias úteis.

Caso a autorização seja negada, será necessário solicitar um visto.

Custo e validade da ETA

• Custo: 10 libras (cerca de R$ 77, em conversão atual).
• Validade: Permite múltiplas viagens ao Reino Unido por um período de até dois anos ou até a expiração do passaporte.
• Limitação: A estadia não pode exceder seis meses consecutivos.

Impactos no setor de viagens e turismo

A introdução da ETA não passou despercebida. Empresas do setor e administradores de aeroportos, como o Heathrow, alertam para os possíveis impactos negativos:

• Perda de passageiros em trânsito: Desde a implementação parcial da ETA em novembro de 2023 para cidadãos de alguns países do Oriente Médio, o Heathrow relatou uma redução de 90 mil passageiros.
• Competitividade reduzida: O sistema foi descrito como “prejudicial para o crescimento econômico”, com receios de que o Reino Unido perca atratividade como hub de conexões internacionais.

Segurança e eficiência no controle de fronteiras

Apesar das críticas, o governo britânico defende a medida como uma forma de aprimorar a segurança e agilizar o fluxo de viajantes:

• Reconhecimento facial: A ETA é parte de um plano para implementar “corredores sem contato”, permitindo que passageiros entrem no país sem necessidade de interação direta com agentes de fronteira.
• Prevenção de abusos: Segundo o Ministério do Interior, a ETA ajudará a evitar entradas ilegais e garantirá que os visitantes atendam aos critérios necessários.

Comparação com sistemas internacionais

Outros países já adotaram sistemas semelhantes:

• ESTA (EUA): Introduzido em 2009, o custo atual é de US$ 21 (R$ 129), com validade de dois anos.
• ETIAS (União Europeia): Previsto para 2025, o ETIAS custará 7 euros (R$ 44) e será exigido para viagens de cidadãos de fora da UE a 30 países europeus, incluindo o Reino Unido.

Dicas para quem vai viajar

1. Antecipe-se: Solicite a ETA com pelo menos três dias úteis de antecedência.
2. Revise sua documentação: Garanta que seu passaporte esteja válido por todo o período de viagem.
3. Verifique sua rota: Mesmo para conexões no Reino Unido, a ETA será obrigatória.

Conclusão

A implementação da ETA marca uma mudança significativa na política de imigração do Reino Unido. Embora o sistema traga desafios ao setor de turismo, ele também reflete um esforço global para digitalizar e fortalecer o controle de fronteiras.

Se você planeja viajar para o Reino Unido, esteja preparado e mantenha-se atualizado sobre os requisitos. A nova autorização promete agilidade, mas exige planejamento prévio para evitar contratempos durante a viagem.